O Clostridioides difficile (previamente conhecido como Clostridium difficile) é um bacilo gram positivo. Estima-se que haja cerca de 500.000 casos anuais de doença pelo Clostridioides somente nos Estados Unidos. Esta infecção acarreta em um aumento de mortalidade, tempo de internação além de custos. A transmissão se dá principalmente em ambiente hospitalar através das mãos de profissionais de saúde e da colonização do ambiente.
Os principais fatores de risco são:
Pacientes que apresentem diarreia aguda (definida como presença de 3 ou mais episódios de fezes não formadas nas últimas 24 horas) e os fatores de risco descritos anteriormente.Esses pacientes devem permanecer em precaução de contato (preferenciamente em quarto privativo) e investigados com o Teste Rápido para Clostridioides (CLOSTRIDIUM DIFFICILE - Pesq. das Toxinas e GDH). Este teste baseia-se na identificação de dois alvos: 1. GDH (glutamato desidrogensae - enzima presente em todos os Clostridioides) e 2. Toxina (presente somente nas cepas toxigênicas causadoras de doença). O resultado do exame é liberado em, no máximo, 24 horas após a coleta e, a presença da positividade para as duas reações se traduz como teste positivo. A presença somente da GDH sugere colonização e deve ser realizado um teste molecular confirmatório. Nestes casos, deve-se considerar como caso positivo até o teste confirmatório.
125 mg VO 4 vezes ao dia por 10 a 14 dias, depois
125 mg VO 2 vezes ao dia durante 7 dias, depois
125 mg VO uma vez ao dia por 7 dias, depois
125 mg VO a cada 2 a 3 dias por 2 a 8 semanas.
Transplante de Microbiota Fecal (FMT): Para pacientes que receberam tratamento antibiótico apropriado por pelo menos 3 episódios de Clostridioides (ou seja, episódio inicial mais 2 recorrências), que subsequentemente apresentam um quarto ou outro episódio de Clostridioides (terceiro ou recorrência subsequente), o FMT é favorecido onde se encontra disponível. Se não houver possibilidade, tratamos com o regime de antibiótico conforme descrito acima.
Para o caso de doença fulminante:
Ausência do íleo: Vancomicina 500 mg VO ou via sonda nasogástrica 4 vezes ao dia E Metronidazol 500 mg IV a cada 8 horas.
Presença do íleo: FMT via retal OU Vancomicina retal (administrada como um enema de retenção 500 mg em 100 mL de solução salina normal por reto; retida pelo maior tempo possível e readministrada a cada 6 horas).
Em casos selecionados, há possibilidade de realizar profilaxia secundária. Discutir com o serviço de infectologia caso a caso.
McDonald, L. C. Clinical Practice Guidelines for Clostridium difficile Infection in Adults and Children: 2017 Update by the Infectious Diseases Society of America (IDSA) and Society for Healthcare Epidemiology of America (SHEA). Clinical Infectious Diseases, v.67, n.6, p.e1–e94, set. 2018.
Ciaran, K. P., Lamont T. J., Bakken J. S. Clostridioides difficile infection in adults: Treatment and prevention. UpToDate, jul. 2023.